quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Vida, vida, vida...


Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto... plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"
William Shakespeare

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Sobre a Felicidade!!!


Posso ter defeito, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes
Mas não esqueço de que minha vida
é a maior empresa do mundo.
e posso evitar quie ela vá a falência
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um, autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si.
mas ser capaz de encontrar um oasis no recôndido de sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É falar de si mesmo
É ter coragem para ouvir "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

Fernando Pessoa

sábado, 20 de fevereiro de 2010

A tal felicidade!!! Ôdo Axé Ôdo...Iemanjá


Poderia falar tanta coisa de feicidade,mas quem sou eu pra isso???
Sou uma pessoinha, que por motivos, por muitos não entendidos e, as vezes até por mim mesma, esqueci o significado desta palavra!
Comecei o ano com pé direito, deixando pra trás todo e qualquer tipo de sentimentos, pensamentos(ou pelo menos tentando) que pudessem estar atrasando td o processo de minha vida...
Uma evolução grande, mas ainda não certa, ou perfeita... Mas que estava fazendo com que eu caminhasse melhor, me sentisse melhor, pensasse melhor e agisse melhor.
Mas ainda não estava completa, algo faltava. O que? Perguntas sem respostas porque? Tem coisas que nem mesmo o mais sábio teria esta resposta, pois o ser humano ainda é indecifrável...
Um dia recebo um telefonema: Zu, vou direto ao assunto: vamos pra Salvador...etc etc etc(minha grande e querida amiga, vc sempre vai estar comigo, pois faz parte desta minha mudança - entre outros amigos que nunca vou esquecer...). E lá fui eu...
Avião, frio na mãos(medo de altura), chegada, hotel, praia... aí td começou, aff...
Iemanjá, te abracei com o mais puro sentimento, e fui acarinhada e abraçada por Ela tb. Ôdo axé ôdo obrigada a todos os Orixás e a vc Bahia(Salvador), lugar de pura devoção, e meu coração tão leve...pura perfeição!!!
E ai foi toda a semana, onde fui descobrindo e sentindo, deixando meu coração nadar naquelas águas de Iemanjá, onde, Ela, o estava guiando.
Tanta coisa aconteceu, tanto aprendi, tantas pessoas conheci e outras coisas fiz, rsrsrs.
Volta pra casa. Quero levar todo este sentimento aos meus amigos, compartilhar tudo que senti, e tudo que está mudando, tudo que pode ainda mudar enfim, todo AMOR que trago e quero passar...
Mudanças de pensamentos, ideologias, vontades, perspectivas, sentimentos, enfim, mudanças em geral.
Hoje, me descobri completamente diferente, e diferente mesmo. Como a muito não me sentia assim. Dá até medo, pois o maior sentimento que transborda em mim agora é PAZ E FELICIDADE. Sentimento estes que estão alheios a qualquer coisa, situação ou pessoa, simplesmente por mim mesma. Por exitir, por respirar, por estar aqui, por me doar, por amar(a mim mais do que a ninguém) e por saber que sou EU. Tenho meus defeitos, mas quem não os tem?
Tirei meu fim de semana pra voltar a ser Eu, Zuleida, e assim o fiz. E descobri que a vida é mais bela do que se possa imaginar. E pedras sempre vamos encontrar, e estas recolhemos e guardamos, pois com elas ergueremos nosso castelo...
Não sei como vai ser amanhã, espero que seja bem melhor que hoje, mas caso algo aconteça, não deixarei que nada tire isso de mim, o dia de hoje, este fim de semana.
Hoje, olho pra trás, e o que vejo, são muitas coisas, claro, mas trago comigo só as coisas boas, pois o que foi ruim, vou deletá-las e virar a página, pois sei que não quero coisas ruins comigo, então projetei, fiz e arrumei meu próprio lixo...
Hoje quero comigo meus amigos e aqueles que me querem bem(não preciso citar nomes aqui, pois eles estão, mesmo que alguns longe, e eles sabem disso...).
Hoje, cultivo meus amigos e tudo que gosto e amo, como cuido de minha ORQUÍDEA(quem quiser saber como amá-la e não deixá-la morrer, aos meus olhos, pode perguntar...).
Não sei como vai ser amanhã, por isso quis deixar aqui td que to sentindo, o que, infelizmente, não tenho o dom da palavra!
É estranho sentir tudo isso assim...
Amanhã, se eu não tiver mais aqui, todo mundo vai saber:
EU TÔ FELIZ, EU SOU FELIZ!!!

Digo: meus amigos que tanto tiveram paciência(e ainda têm), minha família, a Salvador (que tanto me ajudou e tem ajudado - Orixás e Iemanjá), VOCÊ(que não imagina a força que teve), pra não esquecer nomes...a todos que estiveram e estão sempre do meu lado...
AMO TODOS...
MEU MUITO OBRIGADA!!!
Com as bençãos dos Orixás

Quem me quiser...


Quem me quiser há-de saber as conchas
a cantiga dos búzios e do mar.
Quem me quiser há-de saber as ondas
e a verde tentação de naufragar.

Quem me quiser há-de saber as fontes,
a laranjeira em flor, a cor do feno,
a saudade lilás que há nos poentes,
o cheiro de maçãs que há no inverno.

Quem me quiser há-de saber a chuva
que põe colares de pérolas nos ombros
há-de saber os beijos e as uvas
há-de saber as asas e os pombos.

Quem me quiser há-de saber os medos
que passam nos abismos infinitos
a nudez clamorosa dos meus dedos
o salmo penitente dos meus gritos.

Quem me quiser há-de saber a espuma
em que sou turbilhão, subitamente
- Ou então não saber coisa nenhuma
e embalar-me ao peito, simplesmente.

Rosa Lobato de Faria
(Portugal-20 de abril de 1932/4 de fevereiro de 2010)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Indo e vindo ...a lua


O mel dos olhos misturou-se com o mel dos lábios...do corpo.
Assim..."Crianças cor de romã; Mostarde e Hortelã."
Vestido preto do carvão; vermelho da brasa. Fogo, Ar.
Flores do Campo...
Orquídeas, tulipas, lírios, lótus..."ocuspocusmocus!"...Deja vu!
É assim... vem acontecendo de dentro pra fora, de fora pra dentro.
Respeito! Eu me deixo... ir aonde o vento for...
De braços abertos, espero... nunca sei o que vem de lá.
De cá, isso!... "isso...que carregdo pelas ruas..."
O olhar profundo se mistura...Olhar estrangeiro...
invade, queima, instiga, anima, ensina, amedronta...essa mania...
É tanta coisa junta... "ninguém percebeu...eu vi, pois é, eu reparei!"
Silencio a minha respiração..."pétala por pétala"...
"Nó forte de tudo que cruza!"
Cruzamos juntos os nós; nós... Os números mágicos...não sós.
Sento-me olhando para o céu... "pisando em marte"...
...ouvindo a trilha sonora... agora, o cácto e a rosa, perdura...
nossa madrinha nasce linda como sempre,
sim, ela... A formosa LUA!!!

Brisa Noturna

Sempre que olhar uma Orquídea vc se lembrará...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Maria Bethânia


Maria I can see you from here! Caetano, um dia, gritou do alto do norte da Europa.
É fato que todos nós podemos vê-la e ouvi-la. Assistir Bethânia é sempre inaugural. Vemo-la e ensamos em como a canção popular faz sentido no Brasil. Como faz sentido em nossos corações, em nossas mentes.
Bethânia é torre de grande altura. De lá, de onde nos contempla e para quem faz questão de estar presente, repetidas vezes - e sempre impressionantemente inédita - faz recobrir-nos elementos capazes de recriar sentimentos dos mais variados matizes. Certa feita, uma senhora em Salvador chegou a questionar o que faria com tantas emoções?! Não há resposta para esta questão em se tratando de Bethânia. Ela é criadora. Não é capaz de conter. Não é capaz de não se dar. Não ela.
Com água ou fogo ou mata ou terra; a natureza é transmutada em matéria; o espírito do intenso. Maria. Este é o seu primeiro nome. Maria também é mãe. Senhora das abissais e colossais manifestações do sentir. Nada pequeno, nada contido. Pianíssimos de voz quemais parecem absurdas frequências inaudíveis para ouvidos desacostumados. Rasgos da intenção e da competência para burilar em letras e sons as matrizes de nossa alma.
A aparição de Bethânia foi um acontecimento. Sua permanência, um presente do destino. Seu auge, uma certeza. Contrariando a lei mais certa do humano, Bethânia já não é mais finita. E essa sensação se apresenta na impressão eólica de sua presença. O vento é o eterno mutável do I Ching, tal como Bethânia. De tanto parecer igual, nos soa sempre como nova, como pertencente ao mundo da supra realidade cósmica, a partir de sua música e gestos e fala e todo o corpo a aparecer na Hora da Canção. Hora de Bethânia. Hexagrama de abismos, que é água sobre água na montanha; que não é senão o início da eletricidade, do fogo criativo. Caldeira de ar quente e hálito frio de sua mãe, senhora da vida e da morte.
Maria é Nossa Senhora do Perpétuo socorrei do ânima. Faz chorar e explodir em alegrias, ensinando a existência da realidade como ela comparece: viver é asim!
Lágrima por lágrima, Bethânia presenteia. Águas de Oxum? Cristais de Maria a Virgem? Chuvas de Oyá?
Cada página biográfica na estrada da música representa um passo de estrela que se permitiu sair (sem cair) do céu e passear entre nós. Bethânia tem nome bíblico. Antigo e Novo Testamento da Música Brasileira. Dalva e Calcanhoto. De Barro a Antunes. Debaixo d'água tudo é mais colorido. Cores de Bethânia. Cores da Bahia revivescidas na aquarela que a intérprete faz viver através da voz que canta no corpo.
Maria é uma vocação! Maria é promessa que se cumpre! A força de Bethânia já nasce no grito do carcará. Pegam mata e nos dá de comer. Comer poesia. Beleza e Tensão. Amor e Revanche. E, graças aos céus, o povo brasileiro aiknda hoje pode dizer em alto e bom som:
Bethânia, We can see you from here!

Carlos Barros

VIDA NO OLHAR


Tens um olhar na imensidão do horizonte,
tens um sorriso que comanda outros sorrisos,
tens um saber que é invejado por muitos,
tens sentimentos incomparáveis.

A vida é como uma maré,
o nosso amigo vento que comanda,
as nossas lindas luas que a influenciam.
Hoje alta,amanhã baixa...
é assim, como o primeiro raiar do sol,
e a primeira estrela a aparecer no céu.

Temos nessa imensidão que é a vida,
Estrelas cadentes,que passam sem deixar rastros,
Estrelas que ao aparecerem no céu, brilham na nossa alma.

Temos amigos que admiram nossos velhos vícios,
vícios esse de sonhar transformando-os em uma simples rima de poema.

É assim que construímos nossos sonhos,
mergulhando em pensamentos do passado,
Nada nos faz voltar atrás.

As lágrimas rolarão no rosto,
como remédio para o sufoco.
Saudades sim, sentimos estando longe ou perto,
o q importa é q tens um brilho marcante,
Digno de aplausos e sorrisos pelo resto da eternidade.

Brisa Noturna

NÓS...



Vc disse: "esse vídeo é meu pra vc..." - não ELE é nosso, pq onde vc estiver vou estar com vc, sempre vou lembrar de vc...ENQUANTO EU RESPIRAR...
Lembre-se: qdo a saudade apertar olhe para a LUA...
Amo vc meu AMIGO
a saudade já tá apertando no peito

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Cantos a IEMANJÁ - "OXALÁ"


Os Encantos e a Doçura de IEMANJÁ


O Brasil é orgulhoso do grande império de suas águas. Principalmente o mar, de todas as cores, matizes e luzes é o Grande Senhor da nossa costa, que penetrando por todos os lados desse imenso país, abraça nossa terra, em enseadas, golfos e baías.

Mas apesar de sua beleza, no mar há uma força maior, uma força que impera, que reina a Senhora absoluta de todas as águas, de tudo que vive na água e possa viver. Há sim, uma força que ordena e não pede, que manda e que decide sobre o vida dos pescadores, de todos que se aventurarem a entrar em seu território e de todos aqueles que têm vistas para alcançar o verde de seu mar.

Em cada canto desses mares, nas ondas dos surfistas, nas praias, nas cabanas dos pescadores, nos altos desses montes, Ela será sempre a Grande Senhora. Ninguém pode se atrever a dizer que não é vassalo servil do grande reino de Iemanjá. Porque de fato, Iemanjá é a Rainha das águas. A tranqüilidade na superfície do mar, ou a tempestade rugindo, as ondas quebrando-se sobre as embarcações ou sobre as praias, tudo é conduzido pela sua mão suprema.

Nada se altera, nada se faz ou se transforma, sem que seja sua vontade. Iemanjá de tantos poderes, de tantos nomes e tantos filhos, sempre foi exaltada por negros e brancos e seu culto se verifica de norte a sul no Brasil.

MITOLOGIA

LENDA (Arthur Ramos)


Com o casamento de Obatalá, o Céu, com Odudua, a Terra, que se iniciam as peripécias dos deuses africanos. Dessa união nasceram Aganju, a Terra, e Iemanjá (yeye ma ajá = mãe cujos filhos são peixes), a Água. Como em outras antigas mitologias, a terra e a água se unem. Iemanjá desposa o seu irmão Aganju e tem um filho, Orungã.

Orungã, o Édipo africano, representante de um motivo universal, apaixona-se por sua mãe, que procura fugir de seus ímpetos arrebatados. Mas Orungã não pode renunciar àquela paixão insopitável. Aproveita-se, certo dia, da ausência de Aganju, o pai, e decide-se a violentar Iemanjá. Essa foge e põe-se a correr, perseguida por Orungã. Ia esse quase alcançá-la quando Iemanjá cai no chão, de costas e morre. Imediatamente seu corpo começa a dilatar-se. Dos enormes seios brotaram duas correntes de água que se reúnem mais adiante até formar um grande lago. E do ventre desmesurado, que se rompe, nascem os seguintes deuses: Dadá, deus dos vegetais; Xango, deus do trovão; Ogum, deus do ferro e da guerra; Olokum, deus do mar; Oloxá, deusa dos lagos; Oiá, deusa do rio Niger; Oxum, deusa do rio Oxum; Obá, deusa do rio Obá; Orixá Okô, deusa da agricultura; Oxóssi, deus dos caçadores; Oké, deus dos montes; Ajê Xaluga, deus da riqueza; Xapanã (Shankpannã), deus da varíola; Orum, o Sol; Oxu, a Lua.

Os orixás que sobreviveram no Brasil foram: Obatalá (Oxalá), Iemanjá (por extensão, outras deusas-mães) e Xango (por extensão, os outros orixás fálicos).

Com Iemanjá, vieram mais dois orixás yorubanos, Oxum e Anamburucu (Nanamburucu). Em nosso país houve uma forte confluência mítica: com as Deusas-Mães, sereias do paganismo supérstite europeu, as Nossas Senhoras católicas, as iaras ameríndias.

A Lenda tem um simbolismo muito significativo, contando-nos que da reunião de Obatalá e Odudua (fundaram o Aiê, o "mundo em forma"), surgiu uma poderosa energia, ligada desde o princípio ao elemento líquido. Esse Poder ficou conhecido pelo nome de Iemanjá.

Durante os milhões de anos que se seguiram, antigas e novas divindades foram unindo-se à famosa Orixá das águas, como foi o caso de Omolu, que era filho de Nanã, mas foi criado por Iemanjá.

Antes disso, Iemanjá dedicava-se à criação de peixes e ornamentos aquáticos, vivendo em um rio que levava seu nome e banhava as terras da nação de Egbá.

Quando convocada pelos soberanos, Iemanjá foi até o rio Ogun e de lá partiu para o centro de Aiê para receber seu emblema de autoridade: o abebé (leque prateado em forma de peixe com o cabo a partir da cauda), uma insígnia real que lhe conferiu amplo poder de atuar sobre todos os rios, mares, e oceanos e também dos leitos onde as massas de águas se assentam e se acomodam.

Obatalá e Odudua, seus pais, estavam presentes no cerimonial e orgulhosos pela força e vigor da filha, ofereceram para a nova Majestade das Águas, uma jóia de significativo valor: a Lua, um corpo celeste de existência solitária que buscava companhia. Agradecida aos pais, Iemanjá nunca mais retirou de seu dedo mínimo o mágico e resplandecente adorno de quatro faces. A Lua, por sua vez, adorou a companhia real, mas continuou seu caminho, ora crescente, ora minguante..., mas sempre cheia de amor para ofertar.

A bondosa mãe Iemanjá, adorava dar presentes e ofereceu para Oiá o rio Níger com sua embocadura de nove vertentes; para Oxum, dona das minas de ouro, deu o rio Oxum; para Ogum o direito de fazer encantamentos em todas as praias, rios e lagos, apelidando-o de Ogum-Beira-mar, Ogum-Sete-ondas entre outros.

Muitos foram os lagos e rios presenteados pela mãe Iemanjá a seus filhos, mas quanto mais ofertava, mais recebia de volta. Aqui se subtrai o ensinamento de que "é dando que se recebe".


IEMANJÁ ABRASILEIRADA

Iemanjá, a Rainha do Mar e Mãe de quase todos os Orixás, é uma Deusa abrasileirada, sendo resultado da miscigenação de elementos europeus, ameríndios e africanos.

É um mito de poder aglutinador, reforçado pelos cultos de que é objeto no candomblé, principalmente na Bahia. É também considerada a Rainha das Bruxas e de tudo que vem do mar, assim como é protetora dos pescadores e marinheiros. Governa os poderes de regeneração e pode ser comparada à Deusa Ísis.

Os grandes seios ostentados por Iemanjá, deve-se à sua origem pela linha africana, aliás, ela já chegou ao Brasil como resultado da fusão de Kianda angolense (Deusa do Mar) e Iemanjá (Deusa dos Rios). Os cabelos longos e lisos prendem-se à sua linhagem ameríndia e é em homenagem à Iara dos tupis.

De acordo com cada região que a cultua recebe diversos nomes: Sereia do Mar, Princesa do Mar, Rainha do Mar, Inaê, Mucunã, Janaína. Sua identificação na liturgia católica é: Nossa Senhora de Candeias, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Piedade e Virgem Maria.

Do mesmo modo que varia seu nome, variam também suas formas de culto. A sua festa na Bahia, por exemplo é realizada no dia 2 de fevereiro, dia de Nossa Senhora das Candeias. Mas já no Rio de Janeiro é dia 31 de dezembro que se realiza suas festividades. As oferendas também diferem, mais a maioria delas consiste em pequenos presentes tais como: pentes, velas, sabonetes, espelhos, flores, etc. Na celebração do Solstício de Verão, seus filhos devotos vão às praias vestidos de branco e entregam ao mar barcos carregados de flores e presentes. Às vezes ela aceita as oferendas, mas algumas vezes manda-as de volta. Ela leva consigo para o fundo do mar todos os nossos problemas, aflições e nos trás sobre as ondas a esperança de um futuro melhor.


COMO É IEMANJÁ?

Iemanjá apresenta-se logo com um tipo inconfundível de beleza. No seu reinado, o fascínio de sua beleza é tão grande como o seu poder. Ora é de um encanto infinito, de longos cabelos negros, de faces delicadas, olhos, nariz e boca jamais vistos, toda ela graça e beleza de mulher.

Outras vezes, Iemanjá continua bela, mas pode apresentar-se como a Iara, metade mulher, metade peixe, as sereias dos candomblés do caboclo. Como um orixá marítimo, ela é a mais prestigiosa entidade feminina dos candomblés da Bahia, recebe rituais de oferendas e grandes festas lhe são dedicadas, indo embarcações até o alto-mar para lhe atirar mimos e presentes. Protetoras das viagens e dos marinheiros, obteve o processo sincrético, passando a ser a Afrodite brasileira, padroeira dos amores, dispondo sobre uniões, casamentos e soluções amorosas. Quem vive no mar ou depende de amores é devoto de Iemanjá. Convergem para ela orações e súplicas no estilo e ritmos católicos.

Mas o que importa seus nomes, suas formas e aparência, se nada modifica a força de seu império, senão altera a grandeza do seu reinado?

Queixas são contadas a Iemanjá, esperanças dela provêm, planos e projetos de amor, de negócios, de vingança, podem ser executados caso ela venha a dar seu assentimento.

Grande foi o número de ondas que se quebrou na praia, mas maior ainda, foi o caminho percorrido pelo mito da divindade das águas. Das Sereias do Mediterrâneo, que tentaram seduzir Ulisses, às Mouras portuguesas, à Mãe D'água dos iorubanos, ao nosso primitivo Igpupiara, às Iaras, ao Boto, até Iemanjá. E, neste longo caminhar, a própria personalidade desta Deusa, ligada anteriormente à morte, apresenta-se agora como protetora dos pescadores e garantidora de boa pesca, sempre evoluindo para transformar-se na deusa propiciadora de bom Ano Novo para os brasileiros e para todos que nesta terra de Sol e Mar habitam.


DEUSA LUNAR DA MUDANÇA

A Deusa Iemanjá rege a mudança rítmica de toda a vida por estar ligada diretamente ao elemento água. É Iemanjá que preside todos os rituais do nascimento e à volta as origens, que é a morte. Está ainda ligada ao movimento que caracteriza as mudanças, à expansão e o desenvolvimento.

É ela, como a Deusa Ártemis o arquétipo responsável pela identificação que as mulheres experimentam de si mesmas e que as definem individualmente.

Iemanjá quando dança, corta o ar com uma espada na mão. Esse corte é um ato psíquico que conduz a individualização, pois Iemanjá separa o que deve ser separado, deixando somente o que é necessário para que se apresente a individualidade.

Sua espada, portanto, é um símbolo de poder cortante que permite a discriminação ordenativa, mas que também pode levar ao seu abraço de sereia, à regressão e à morte.

Em sua dança, Iemanjá coloca a mão na cabeça, um ato indicativo de sua individualidade e por isso, é chamada de"Yá Ori", ou "Mãe de Cabeça". Depois ela toca a nuca com a mão esquerda e a testa com a mão direita. A nuca é símbolo do passado dos homens, ao inconsciente de onde todos nós viemos. Já a testa, está ligada ao futuro, ao consciente e a individualidade.

A dança de Iemanjá pode ser percebida como uma representação mítica da origem da humanidade, do seu passado, do seu futuro e sua individualização consciente. É essa união antagônica que nos dá o direito de vivermos o "aqui" e o "agora", pois sem "passado", não temos o "presente" e sem a continuidade do presente, não teremos "futuro". Sugere ainda, que a totalidade está na união dos opostos do consciente com o inconsciente e dos aspectos masculinos com os femininos.

Como Deusa Lunar, Iemanjá tem como principal característica a "mudança". Ela nos ensina, que para toda a mulher, o caráter cíclico da vida é a coisa mais natural, embora seja incompreendido pelo sexo masculino.

A natureza da mulher é impessoal e inerente a ela como um ser feminino e altera-se com os ciclos da lua: fase crescente, cheia, meia-fase até a lua obscura. Essas mudanças não só se refletem nas marés, mas também no ciclo mensal das mulheres, produzindo um ritmo complexo e difícil de entender. A vida física e psíquica de toda a mulher é afetada pela revolução da lua e a compreensão desse fenômeno nos propicia o conhecimento de nossa real natureza instintiva. Em poder desse conhecimento, podemos domesticar com o esforço consciente as inclinações cíclicas que operam-se a nível inconsciente e nos tornarmos não tão dependentes desses aspectos escondidos de nossa natureza semelhante aos da lua.


ARQUÉTIPO DA MATERNIDADE

Iemanjá é por excelência, arquétipo da maternidade. Casada com Oxalá, gerou quase todos os outros orixás. É tão generosa quanto as águas que representa e cobrem uma boa parte do planeta.

Iemanjá é o útero de toda a vida, elevada à posição principal da figura materna no panteão de iorubá (Ymoja). Seu sincretismo com a Nossa Senhora e a Virgem Maria lhe conferem a supremacia hierárquica na função materna que representa. É a Deusa da compaixão, do perdão e do amor incondicional. Ela é "toda ouvidos" para escutar seus filhos e os acalenta no doce balanço de suas ondas. Ela representa as profundezas do inconsciente, o movimento rítmico, tudo que é cíclico e repetitivo. A força e a determinação são suas características básicas, assim como o seu gratuito sentimento de amizade.

Como Deusa da fecundidade, da procriação, da fertilidade e do amor, Iemanjá é normalmente representada como uma mulher gorda, baixa, com proeminentes seios e grande ventre. Pode, também como já falamos, aparecer na forma de uma sereia. Mas, não importando suas características, ela sempre se apresentará vinculada ao simbolismo da maternidade.

Iemanjá surge nas espumas das ondas do mar para nos dizer que é tempo de "entrega". Você está carregando em seus ombros um fardo mais pesado do que possa carregar? Acha que deve realizar tudo sozinha(o) e não precisa de ninguém? Você é daquelas pessoas que "esmurra ponta de prego" e quer conseguir seu intento nem que tenha que usar à força? Pois saiba que a entrega não significa derrota. Pedir ajuda também não é humilhação, a vida tem mais significado quando compartilhamos nossos momentos com mais alguém. Geralmente esta entrega ocorre em nossas vidas forçosamente. Se dá naqueles momentos em que nos encontramos no "fundo do poço", sem mais alternativas de saída, então nos viramos e entregamos "à Deus" a solução. E, é exatamente nesta hora que encontramos respostas, que de maneira geral, eram mais simples do que imaginávamos. A totalidade é alimentada quando você compreende que o único modo de passar por algumas situações é entrega-se e abrir-se para algo maior.

Quando abrimos uma brecha em nosso coração e deixamos que a Deusa atue em nós, alcançamos o que almejamos. Entrega é confiança, mas tente pelo menos uma vez entregar-se, pois lhe asseguro que a confiança virá e será tão cega e profunda quando a sua desconfiança de agora. O seu desconhecimento destes valores, escondem a presença de quem pode lhe ajudar e provocam sentimentos de ausência e distância. Não somos deuses, mas não devemos nos permitir viver à sombra deles.


RITUAL DE ENTREGA (só mulheres)

Você deve fazer este ritual numa praia, em água corrente e até visualizando um destes ambientes. Primeiro mentalmente viaje até seu útero, no momento do encontro se concentre. Respire profundamente e leve novamente sua consciência para o útero. Agora respire pela vulva. Quando se achar pronta, com o mar a sua frente, entre nele. Sinta a água acariciando seus pés, ouça o barulho das ondas no seu eterno vai-e-vem. Chame então a Iemanjá para que venha encontrá-la. Escolha um lugar onde você puder boiar tranqüilamente e com segurança. Sinta as mãos da Iemanjá acercando-se de você. Abandone-se em seu abraço, ela é mãe muito amorosa e espetacular ouvinte. Renda-se aos seus carinhos e entregue-se sem medo de ser feliz. Você está precisando revigorar sua vida amorosa, procura um emprego ou um novo amor? Faça seus pedidos e também lhe fale de todas suas angústias e aflições. Deixe que Iemanjá alivie os fardos que carrega. Ela carregará consigo para o fundo do mar todos os seus problemas e lhe trará sobre as ondas a certeza de dias melhores, portanto abandone-se à imensidão do mar e do seu amor.

Quando estiver pronta para voltar, agradeça a Iemanjá por estes doces momentos passados com ela. Então estará livre para voltar à praia, sentindo-se mais leve, viva e purificada.



OUTROS DADOS:

SAUDAÇÃO: Odô-fe-iaba! Odô-fe-iaba! Odô-fe-iaba!

MINERAL: Prata e platina.

DIMENSÃO ESOTÉRICA: Ocupa o primeiro raio juntamente com a orixá Nanã.

DIA DA SEMANA; Segunda-feira.

ERVAS PARA BANHO E DEFUMAÇÃO: Jasmim, araticum-da-praia, folha-da-costa, graviola, capeba, mãe-boa, musgo marinho encontrado nas pedras marinhas, alcaparra, entre outras.

PLANETA: Lua

COR DA GUIA: Contas brancas cristalinas ou azul claras.

BEBIDAS: Água de coco, mel, água salgada ou potável, champanha e suco de suas próprias ervas e frutos.

FLORES: Rosas e palmas brancas.

COMIDAS: Canjica branca, peixe fritos, arroz, arroz-doce com mel, acaçá, pudim, etc.

FRUTOS: Mamão, graviola, uvas brancas, melancia.



Texto pesquisado e desenvolvido por

Rosane Volpatto



Hoje é dia de Iemanjá, que Ela possa energizar-me e guiar-me!
E que todos os Orixás sempre me acompanhe...

Íyá mí nsé owó pélé-pélé nínu omi / Minha mãe esta erguendo as mãos,suavemente dentro das águas.
ODÔ-FE-IABA! ODÔ-FE-IABA! ODÔ-FE-IABA!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Meu Jardim - "Meu Encontro"



Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho

Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim

Nossa sintonia faz o elo...Sempre perfeito!!!